quarta-feira, 16 de maio de 2018

O descaso com monumentos em Franca.



     Publicado por Brenda Garcia - NUPLAN 

                                                Foto de: Samuel Aguiar

Os monumentos vão além de seu valor material e estético, tendo grandes significados com a história do lugar e de sua comunidade. Cada vez que esses são degradados, vandalizados ou descaracterizados se perde mais sua função. Isso acontece muitas vezes pela falta de identidade e desinteresse com que a população lida com o monumento, talvez por não o perceberem ou nem saber de sua existência.
Um exemplo de um dos monumentos que sofrem com tamanho descaso na cidade de Franca é o monumento ao Sapateiro, situado na rotatória da Avenida dos Sapateiros. Foi inaugurado em 1977 e ficava originalmente no local onde se realizava anualmente a feira Francal. Esse é uma homenagem e reconhecimento pela importância do oficio de sapateiro para a história de Franca. No entanto, apesar de seu importante significado, o monumento é pouco notado pelos francanos, até mesmo os que passam por eles todos os dias, seja em carros, motos, ônibus ou até mesmo à pé.
Foi realizada uma pesquisa pelos alunos do 4º ano de arquitetura e urbanismo da UNIFRAN, analisando vários aspectos no entorno da rotatória da Avenida os Sapateiros, como: uso do solo, gabarito das construções, mobiliário urbano, iluminação, placas de propagandas, de sinalização e o fluxo de veículos nos dois principais horários de pico do local e a influência que isso exerce sobre o monumento. Além disso foram feitas entrevistas com cerca de 100 moradores de Franca sobre seu conhecimento em relação a ele. Constatou-se que metade das pessoas nem sabiam de sua existência e que existe uma imensa falta de planejamento para preservação e valorização do monumento.
A falta de conhecimento, de relação e de identidade da população e o descaso da gestão do município para com o monumento em relação ao planejamento para manutenção do mesmo e de seu entorno, contribuem para sua desvalorização, degradação e sua característica de ser praticamente invisível aos olhos do povo.
Portanto, deve se entender que a conservação dos monumentos não é apenas uma questão do poder público, mas da sociedade como um todo, pois sua destruição significa perda de qualidade de vida, de cidadania e de senso de pertencimento aos locais e aos grupos comunitários.

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