Publicado por Luis Felipe de Oliveira Silva – Núcleo
de Fenômenos Urbanos (NUFEU)
Franca segue a tendência dos demais municípios brasileiros e adota o uso de lombofaixas em larga escala. Mas seria essa medida suficiente para melhorar a segurança no trânsito?
Foto
de: Angelo Pedigone/Comércio da Franca
Segundo um estudo do Datasus, em
2012, o Sistema Único de Saúde(SUS) registrou 8.800 mortes de trânsito causadas
por atropelamentos no Brasil. Mesmo que todo motorista de veículo automotor
legalmente habilitado no Brasil deva realizar aulas teóricas e práticas onde
são ensinados princípios básicos de segurança, condução, prevenção e cidadania,
a realidade do dia-a-dia nos mostra como ainda devemos evoluir na formação de
nossos cidadãos.
Não muito tempo atrás, Franca, a
exemplo de outros municípios brasileiros, presenciou a repentina expansão das
faixas de pedestres elevadas por suas ruas e avenidas, popularmente conhecidas
como lombofaixas. Mal secaram os concretos recém instalados para que motoristas
e pedestres dividissem opiniões contrárias e favoráveis à sua presença.
Inúmeras são as vezes que pessoas
não conseguem atravessar em vias de trânsito muito carregado. Também não é
incomum vermos, em vias de faixas múltiplas, veículos parados em uma delas,
levando os pedestres a aguardarem no meio da via enquanto o fluxo continua normalmente
nas outra faixas. Muitos motoristas se sentem acuados também de parar quando há
muito trânsito. Além de extremamente desrespeitoso, é inseguro para todos.
As lombofaixas não acabam com
esse problema, mas certamente diminuem. Observando pela cidade, vemos muito
mais motoristas respeitando as faixas elevadas do que as comuns. Elas além de
servirem como redutores de velocidade, proporcionam mais segurança na
travessia, sendo acessíveis à deficientes e idosos.
Então onde está a controvérsia
que tanto gera polêmica acerca das lombofaixas? Elas são caras. Podem chegar a
custar mais que o dobro de uma lombada comum. Elas requerem mais manutenção. Se
não bem sinalizadas, podem causar acidentes. Elas também necessitam maior
cuidado na implementação. Dependendo da posição, podem causar o tombamento de
veículos maiores como caminhões e ônibus de grande porte.
A solução então qual seria? E de
quem cobra-la? De fato, as lombofaixas são medidas paliativas para uma situação
crônica. Mas todos temos culpa a ser compartilhada. A prefeitura por não
oferecer sinalização e fiscalização suficientes. Os motoristas pela propagação
da cultura do desrespeito e falta de cidadania. E também os pedestres, estes
por nem sempre respeitarem a sinalização e desconhecerem seus direitos e
obrigações presentes no código de trânsito brasileiro (culpa dividida pela
falta de informação e formação de cidadãos conscientes).
Todos sofremos e reclamamos com o problema, mas
poucos se dispõe a serem parte da solução. A cidade, e tudo que há nela, é
feito por pessoas e para pessoas. É nosso dever, assim como obrigação lutar
para torna-la cada dia melhor.
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